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Professores David Vale e João Rafael Santos da FA.ULisboa com projetos aprovados pela FCT com financiamento

Professores David Vale e João Rafael Santos da FA.ULisboa com projetos aprovados pela FCT com financiamento

Os Professores David Vale e João Rafael Santos viram os seus projetos aprovados pela FCT com financiamento.

O projeto “MASTI_Mobilidade como um Serviço e Desigualdades Socio-Territoriais” do Professor David Vale, tem como principal objetivo o foco na relação da mobilidade como um serviço e as desigualdades socio-territoriais.

O projeto “MetroPublicNet_Construir os fundamentos de uma Rede Metropolitana de Espaço Público como suporte da cidade robusta, descarbonizada e coesa: Projetos, lições e perspetivas em Lisboa”, tem como ponto de partida, “perceber se o EP pode ser concebido e estruturado ao nível metropolitano, de modo a organizar uma rede integrada e coerente, que responda aos desafios da robustez urbana, da mobilidade de baixo carbono e da coesão territorial.”

Os projetos dos professores e investigadores têm sede na Faculdade de Arquitetura e no Centro de Investigação em Arquitetura Urbanismo e Design da FA.ULisboa.

Resumos dos Projetos: 

MASTI: Professor David Vale 
Mobilidade como um Serviço e Desigualdades Socio-Territoriais

Os transportes são, em si mesmo, uma das principais causas de desigualdades sócio-territoriais (STIs). De fato, a exclusão social e a pobreza de transportes estão correlacionadas, sendo esta correlação uma causa e consequência da exclusão social. Recentemente, apareceram novos serviços de mobilidade partilhada (SMP), como bike-sharing, car-sharing e trotinetes partilhadas. Quando integrados com transporte público (TP), estes podem constituir uma alternativa à posse e uso do automóvel, oferecendo acesso a mobilidade multimodal em vez de posse, ou seja, Mobilidade-como-um-Serviço (MaaS). Contudo, o papel e o impacto da MaaS ainda não estão determinados nem são totalmente compreendidos. É inevitável que a MaaS crie impactos nas STIs, mas os mesmos são actualmente desconhecidos. A reduzida literatura aponta para um aumento nas STIs e para uma competição e complementaridade entre SMP e TP.

O projeto MASTI foca-se na relação entre MaaS e STIs, a qual é atualmente desconhecida nem está a ser investigada noutro projeto. Dará respostas a 2 questões de investigação:

1) A MaaS está a contribuir para uma redução ou aumento das STIs? Em particular:
a) Que áreas estão a beneficiar de um aumento da acessibilidade?
b) Que grupos sócio-demográficos e socioeconómicos estão a beneficiar?
c) Que alterações na repartição modal estão a ocorrer?
d) A MaaS está a contribuir para um aumento no bem-estar da população?
2) Poderá a MaaS contribuir para a redução de STIs e suportar padrões de mobilidade mais sustentáveis? Em particular:
a) Quais as principais barreiras à implementação de um sistema MaaS mais integrado?
b) Quais as principais características necessárias a um sistema MaaS para que consiga reduzir a mobilidade em automóvel?
c) O que é necessário para apoiar e implementar um sistema MaaS que seja social e espacialmente inclusivo?

O nosso caso de estudo é Lisboa, por cinco razões principais. Primeiro, já foi revelada uma associação entre exclusão social, mobilidade e rendimento em Lisboa. Segundo, o número de operadores de SMP (TNCs) e de utilizadores está a aumentar, mas as suas áreas de serviço estão concentradas exclusivamente no centro de Lisboa, com elevada acessibilidade em TP. Terceiro, os municípios estão a acolher favoravelmente os SMPs, sem evidência de que a MaaS esteja a contribuir para a redução da mobilidade em automóvel. Quarto, Lisboa apresenta uma elevada dependência automóvel e uma tendência de redução da utilização de TP (a qual as medidas de isolamento social do COVID-19 poderão vir a reforçar). Por fim, a equipa possui amplo e diverso conhecimento e investigação em usos do solo, transportes e STIs em Lisboa, para além de fácil acesso aos principais actores locais, facilitando a aquisição, aplicação e disseminação de dados.
Metodologicamente, será adotada uma abordagem de métodos mistos (mixed methods), avaliando a justiça de uma situação (sem MaaS) e da intervenção (com MaaS). A componente quantitativa analisará toda a área metropolitana (18 municípios). Na componente qualitativa, focaremos a análise na cidade de Lisboa e em 2 municípios suburbanos distintos: Cascais, um município de classe social média a alta, no qual já existem alguns SMP, e Vila Franca de Xira, um município de classe social média a baixa, no qual os SMP são inexistentes.
As STIs serão analisadas de acordo com a metodologia de equidade de transporte (Mt19), com foco na dimensão mobilidade/acessibilidade e em quatro variáveis locais: Recursos, Oportunidades, Resultados e Bem-estar. Usaremos a metodologia de "acessibilidade efetiva" do PI (Va20), que avalia simultaneamente o tempo e o custo de viagens, para medir recursos e oportunidades. Para medir resultados e bem-estar, será desenvolvido um inquérito à mobilidade para entender o que suporta ou impede o uso da MaaS, que modos de transporte estão a ser substituídos, bem como para entender como diferentes indivíduos e lugares podem beneficiar da MaaS. Devido às imprevisíveis (e atualmente desconhecidas) mudanças da mobilidade que poderão advir das medidas de confinamento do COVID-19, será dada especial atenção à distinção entre os impactos originados pela MaaS daqueles que derivam de uma nova (eventual) percepção da mobilidade associada à saúde pública. Complementarmente, serão organizados grupos focais com indivíduos residentes nos 3 municípios para entender mais detalhadamente de que forma a MaaS pode contribuir para aumentar a acessibilidade e reduzir a exclusão social. Finalmente, serão realizadas entrevistas e workshops com TNCs e outros atores (incluindo operadores de TP), para entender as razões que suportam e limitam a sua operação, que poderão estar a impedir a implementação de um sistema MaaS integrado e inclusivo.
Tendo em conta a implementação global e em larga escala de SMP e de MaaS, o projeto MASTI fornecerá evidências importantes sobre o papel e o impacto da MaaS nas STIs, os quais estão atualmente ausentes das políticas de mobilidade urbana nacionais e internacionais

 

MetroPublicNet: Professor João Rafael Santos
Construir os fundamentos de uma Rede Metropolitana de Espaço Público como suporte da cidade robusta, descarbonizada e coesa: Projetos, lições e perspetivas em Lisboa


Nos últimos 20 anos e na sequência da Expo98 em Lisboa, as estratégias nacionais de regeneração e reabilitação urbana tiveram um impacte significativo na qualificação do espaço público na Área Metropolitana de Lisboa, com centenas de intervenções implementadas. Particularmente no âmbito dos quadros de financiamento da UE, muitos destes projetos fundamentaram-se em lógicas de resiliência ambiental (gestão da água e de inundações, corredores verdes, agricultura urbana), de mobilidade sustentável (transporte coletivo, ciclovias e ligações pedonais, controle de tráfego e estacionamento) e de inclusão social (espaços exteriores em bairros e áreas críticas, equipamentos locais), ampliando a diversidade e a visibilidade do espaço público.

Neste quadro, a questão de partida visa perceber se o espaço público pode ser concebido e estruturado ao nível metropolitano, de modo a organizar uma rede integrada e coerente, que responda aos desafios da robustez urbana, da mobilidade de baixo carbono e da coesão territorial. Perante esta questão, o projeto explora a hipótese de que uma Rede Metropolitana de Espaço Público, se conceptualizada, planeada e projetada à escala metropolitana, pode maximizar sinergias territoriais e formas de integração. Para explorar esse argumento, o MetroPublicNet analisará os projetos recentes de espaço público na AML com vista a: 1) identificar e sistematizar suas características e fundamentos, 2) analisar e avaliar suas componentes estruturais e impactes, e 3) contribuir com uma visão prospetiva e projetual sobre uma futura Rede Metropolitana de Espaço Público.

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Parabenizamos os professores por esta recente conquista. 

 

Date

24 novembro 2020

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