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"Inovação na Morfose" –MÚSICA – DESENHO/ARTE – FILOSOFIA – CIÊNCIA – ARQUITETURA , 6 de abril, das 14h15 às 18h30, AUDITÓRIO DA FUNDAÇÃO ARPAD SZENES-VIEIRA DA SILVA.

INOVAÇÃO NA MORFOSE
MÚSICA–DESENHO/ARTE–FILOSOFIA–CIÊNCIA–ARQUITETURA
(Com organização do Professor Luís Pereira Rodrigues da FA.ULISBOA)
6 DE ABRIL
AUDITÓRIO DA FUNDAÇÃO ARPAD SZENES-VIEIRA DA SILVA

No âmbito desta conferência — o contexto da procura das descobertas ou da revelação da novidade — colocam-se as seguintes interrogações, no que se refere à relação do autor/criador/artista/sujeito com o passado:

— Que importância e influência tem o passado sobre o processo de descoberta/revelação criadora?
— Em que medida o passado contribui para a sua inovação?
— Na busca do inédito, o passado — histórico ou autobiográfico — é adotado com conservadorismo, como matéria de metamorfose ou é rejeitado?
— Coloca-se a circunstância em que o passado, após consciencializado, seja aniquilado e posteriormente recuperado (ou não)? Estes três estádios e a sua sequência fazem sentido? Se sim, em qual deles julga encontrar melhores condições para a revelação e/ou criação de si, identidade do autor?
— Na clarificação da identidade do autor e da sua obra, isto é, num sentido lato, na descoberta de uma certa condição inédita e única do ser, podemos refletir sobre o papel do passado nesse vislumbre: É determinador da sua estrutura? É um caminho que se reestrutura e pelo qual ela se re-determina e re-define? É uma base que deve ser desestruturada para que o processo se desenvolva por uma definição de maior profundidade?

Tendo como tema transversal a “morfose e a mórphōsis”, propôs-se aos conferencistas que desenvolvessem uma reflexão acerca dos fatores de inovação no campo da sua área de ação, em termos pessoais ou não, analisando o contexto da opção pela ortodoxia ou pela heterodoxia, no contexto da dialética passado/presente. Por outras palavras, propôs-se uma análise das circunstâncias, motivações, desvantagens, vantagens, determinismos ou indeterminismos, com que (se) prepondera (ou preponderou) o maior ou menor grau de conservadorismo, de rejeição ou de transformação relativamente à herança história (artística, cultural, social ou pessoal) — sobre o processo mórphōsis no campo da criação/inovação/individuação.

14h15
ABERTURA

LUÍS FILIPE RODRIGUES
(Artista Plástico, Professor Auxiliar, FA/UL)

14h30 — 14h55
ANA LEONOR MAGALHÃES MADEIRA RODRIGUES

(Pintora, Professora Catedrática de Desenho, FA/UL)

"TRANSFORMA-SE O AMADOR NA COISA AMADA"

15h00 — 15h25
VÍTOR OLIVEIRA JORGE

(Professor Catedrático aposentado)

PERTURBAM PORQUE SÓ POUCOS OS ENTENDEM: JACQUES LACAN COM SLAVOJ ZIZEK

"Slavoj Zizek, filósofo esloveno, adquiriu fama mundial porque, de certo modo, descobriu o “ovo de Colombo”: profundamente educado na obra de Hegel e de Marx na sua terra natal nos tempos da Jugoslávia de Tito, tendo podido contactar em Paris com o pensamento do psicanalista e “anti-filósofo” Jacques Lacan por via do seu “testamentário” Jacques-Alain Miller, percebeu desde logo quanto a obra de Lacan devia a Hegel. Ora, Hegel tem sido um filósofo “maldito”, porque mal compreendido, em muitos círculos ocidentais, excetuada toda uma corrente mais informada que o tem vindo a “reabilitar”, a perceber o profundo erro em que tinham caído os seus primeiros intérpretes e/ou tradutores. Esse erro foi fatal durante muito tempo para bastantes pensadores, afetando o próprio Lacan, que estava convencido de se afastar de Hegel, o qual lhe tinha sido ensinado por Kojève, quando precisamente, em muitos aspetos, ocorria o contrário. Assim, a sua própria maturação — dele, Lacan — cada vez o aproximava mais, em certos pontos cruciais, da reviravolta total da tradição filosófica europeia produzida por Hegel. Zizek partiu desta compreensão pós-kantiana, dialética, de Hegel, para desenvolver a sua própria filosofia. Na minha intervenção só poderei mencionar alguns tópicos de tão complexa quanto crucial revolução do pensamento."

15h30 − 15h55
CÉLIA MARIA MANAIA

(Investigadora, Professora Associada com Agregação na Escola Superior de Biotecnologia, ESB/UCP)

A DINÂMICA ENTRE INOVAÇÃO E MORFOSE NA CIÊNCIA: EXEMPLOS DA MICROBIOLOGIA

“A área da microbiologia tem tido um notável avanço ao longo das últimas décadas, destacando se como um dos ramos mais dinâmicos das ciências da vida. Este progresso tem sido impulsionado por uma série de factores, incluindo importantes avanços tecnológicos, a crescente globalização das sociedades e o desenvolvimento de outras áreas do conhecimento, como a genética ou a biologia computacional. Este contexto tem dado particular relevo ao carácter interdisciplinar da microbiologia, fazendo com que contribua para a expansão do conhecimento e tenha um impacto crescente em múltiplos campos. Nesta sessão, explorarei alguns exemplos da microbiologia que ilustram a relação dinâmica entre inovação, desenvolvimento tecnológico e geração de novos conhecimentos. Demonstrarei como o ciclo contínuo de descoberta e aplicação tem impulsionado avanços ainda maiores, destacando o papel crucial que a microbiologia desempenha na expansão do nosso entendimento científico e na capacidade de enfrentar desafios emergentes.”

16h00 — 16h15
INTERVENÇÃO DO PÚBLICO / INTERVALO

16h30 — 16h55
JORGE LUÍS FIRMINO NUNES

(Arquiteto, Professor Auxiliar, FA/ULisboa)

RUDOLF STEINER REVISITADO. NOS CEM ANOS DO SEGUNDO GOETHEANUM

“O edifício do segundo Goetheanum, cuja construção teve início em 1924, é uma obra-prima da arquitectura do século XX. Projetado por Rudolf Steiner, filósofo, cientista, artista, arquitecto e estudioso da obra de Goethe, o Goetheanum foi pioneiro no uso da tecnologia do betão armado, revelando nas suas formas orgânicas todo o potencial plástico do novo material. Os princípios filosóficos com base nos quais foi idealizado impediram, contudo, o reconhecimento da sua importância pela primeira geração de historiadores da arquitectura moderna, que intencionalmente o “esqueceram”. A razão desse esquecimento voluntário reside não somente na estranheza das suas formas originais, mas sobretudo na desconfiança face aos princípios filosóficos da Antroposofia, “a ciência do espírito” fundada por Steiner que divergiam profundamente da visão mais racionalista e ortodoxa de alguns dos líderes do Movimento Moderno.

No presente século, o Goetheanum foi recuperado por historiadores como Alan Colquon e Jean-Louis Cohen e hoje é aclamado como obra fundamental da arquitetura expressionista, uma estrutura original e pioneira que influenciou alguns dos mais reconhecidos arquitetos do século passado, entre os quais Frank Lloyd Wright, Le Corbusier e Frank Gehry, que a visitaram e por ela expressaram o seu fascínio.

No ano em que se assinalam os cem anos do início da construção do segundo Goetheanum, esta comunicação propõe-se revisitar a história e a recepção crítica desta obra fundamental da arquitectura contemporânea.”

17h00-17h25
JOÃO FRANCISCO FIGUEIRA

(Arquiteto, Docente, FA/ULisboa)

ATLAS RISSANEN
Ciência, mosaicos, ilustração e arte

 

"Quando o pintor Markus Rissanen fala do seu trabalho e interesses, é de iconografia científica que fala. Com efeito o seu trabalho parece ser tanto reminiscente desta como ele tem desenvolvido mosaicos complexos, com evidentes raízes no mundo da matemática. Não obstante, os seus trabalhos sempre me pareceram reminiscentes de outros filões da cultura visual. Foi assim que embarquei na construção de um “atlas de imagens Rissanen”, que, com efeito, põe em evidência reminiscências dos domínios do têxtil e da cor (como tratada no âmbito da história social da cor), fauvismo, abstração e pop art, os mundos da animação e da cultura psicadélica, entre outros. Considerados no seu conjunto, estas referências constituem um acervo particularmente heterogéneo e anacrónico, i.e. sobredeterminado, decisivamente inscrevendo os seus “quadros” e “arte” no campo das “imagens”. O Atlas Rissanen desempenha um papel decisivo a este respeito, atlas devedor da perspetiva de investigação de um Warburg, autor de um famoso Atlas, que, segundo Didi-Huberman, constitui um instrumento “da inesgotável abertura às possibilidades não dadas ainda”, determinando “a explosão dos limites” do “quadro”, artístico e científico (in Atlas ou a Gaia Ciência Inquieta, Lisboa, KKYM + EAUM, 2013, p. 13)."

 

17h30-18h00
DISCUSSÃO FINAL

Date

12 março 2024

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