
Pós-graduação em Projecto Integrado em Arquitectura, Design e Artes
Metodologias e práticas da sustentabilidade
Período de candidatura: Até 29 de agosto de 2025
Início do curso: 26 de setembro de 2025
Fim do curso: 19 de dezembro de 2025
Valor do curso e faseamento de pagamento:
700€ (inclui despesas administrativas, seguro escolar e certificação)
Taxa de candidatura: 25€
N.º mínimo de alunos: 30
*Todos os alunos ficam obrigados ao pagamento da taxa administrativa e seguro escolar uma vez por ano letivo, com a inscrição em um dos cursos da FA-ULisboa. Os alunos que se inscrevam em mais de um curso liquidam estes valores com o primeiro curso em que procedam à inscrição.
As candidaturas são realizadas exclusivamente on-line através do Fénix.
. Candidatos externos à FA-ULisboa e ex-alunos da FA-ULisboa que não sejam detentores de conta campus, devem proceder à criação de conta de utilizador Fénix
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A Arquitectura, o Design e a Arte, de um modo geral, resultam quase sempre de um acto construtivo. Mas não podemos ignorar que toda a actividade construtiva humana deve ser encarada, fundamentalmente, como uma intervenção no Ambiente e que as problemáticas do edificado revelam, por outro lado, a natureza contraditória do acto de construir. É que a ordem “artificial” estabelecida pelo edificado vai substituir a ordem “natural” que a Natureza espontaneamente havia criado e mantido. Assim, a “humanização” do espaço dá-se sempre no sentido de se alterarem equilíbrios estabelecidos por essa “ordem natural”. Sabemos, também, que as consequências das alterações impostas pelas actividades humanas ultrapassam os aspectos meramente físicos do Ambiente.
De facto, num quadro geral de exploração intensiva de recursos, como a contemporaneidade nos veio impor, aquilo a que chamamos a “Cultura”, o capital social das comunidades e, de um modo geral, o seu Património material acabam por alterar-se profundamente. Não deveria, por isso mesmo, a lógica das nossas práticas de construção (e os programas do Projecto, qualquer que este seja, no contexto de uma ordem económica “racional”) obedecer a princípios garantindo o respeito pelo ambiente e a conservação do património nas suas múltiplas vertentes? Do mesmo modo, não seremos obrigados a relacionar a assunção desta “contemporaneidade” com materiais que têm como princípio a Sustentabilidade, desde as técnicas construtivas tradicionais até às novas tecnologias “suaves” e o re-uso, como resposta aos problemas económicos e ambientais?
Coordenação
Arquitectura —opção 1: Professor Daniel Jesus
Design e Artes —opção 2: Professora Rita Almendra
Comissão Científica
Professor Daniel Jesus
Professor Paulo Pereira
Professora Rita Almendra
Professor Victor Lopes dos Santos
Consultores Científicos
José Gorjão Jorge (Prof. Associado c/ Agregação/ Sustenta, Faculdade de Arquitetura da ULisboa)
Luis Rosmaninho (Prof. Auxiliar/ Sustenta, CIAUD, Faculdade de Arquitetura da ULisboa)
Docentes
Adriana Veríssimo Serrão (Prof. Associada c/ Agregação/ Faculdade de Letras, ULisboa)
Alexandrino Basto Diogo (Prof. Auxiliar Convidado/ Faculdade de Arquitetura, ULisboa)
André Castro (Assistente/ Faculdade de Arquitetura, ULisboa)
António Mendes Pedro (Professor Associado ICS-Universidade Católica de Lisboa)
Dirk Michael Hennrich (Investigador Principal/ Faculdade de Letras, ULisboa)
Elisabete Tomaz (Prof. Auxiliar Convidada/ Faculdade de Arquitetura, ULisboa/ ISCTE-IUL)
Fernando Poeiras (Prof. Adjunto/ Esad.Cr, Instituto Politécnico de Leiria)
Gabriela Albergaria (Artista plástica)
Inês Veiga (Prof. Auxiliar Convidada/ REDes Desis Lab, CIAUD, Faculdade de Arquitetura, ULisboa)
José Andrade Vicente (Prof. Coordenador/ Esad.Cr, Instituto Politécnico de Leiria)
Joana Lajes (Investigadora Contratada/ DINÂMIA’CET/ ISCTE-IUL)
João Joanaz de Melo (Prof. Associado/ CENSE/ Universidade Nova de Lisboa)
José Gorjão Jorge (Prof. Associado c/ Agregação/ Sustenta, Faculdade de Arquitetura, ULisboa)
Lucinda Correia (Prof. Auxiliar Convidada/ Sustenta, CIAUD, Faculdade de Arquitetura, ULisboa)
Luis Rosmaninho (Prof. Auxiliar/ Sustenta, CIAUD, Faculdade de Arquitetura, ULisboa)
Manuel Duarte Pinheiro (Prof. Associado c/ Agregação/ IST-ULisboa) Marco Aresta (Arquitecto e Investigador/ Institut Espacialidad Humana – Fac. Arquitectura, Diseño y Urbanismo, Univ. Buenos Aires)
Miguel Ferreira Mendes (Arquitecto e Investigador Associado, CRAterre — International Center for Earth Construction — Unité de Recherche ‘Architecture, Environment & Cultures Constructives’, ENSAG-UGA, Grenoble)
Nuno Mateus (Arquitecto Principal/ ARX Portugal, Professor Auxiliar/ Faculdade de Arquitetura, ULisboa)
Pedro Vaz (Artista plástico)
Horário
Sextas-feiras das 15h00 às 19h00 e sábados das 10h00 às 14h00.
Aulas em regime presencial.
Avaliação
Trabalho final teórico (estudo de caso) ou teórico-prático (projecto final com justificação) a que será atribuída uma classificação de 0 a 20 por um júri.
Aos alunos que concluam com êxito o processo de avaliação será conferido um Diploma de conclusão do Curso e poderão ter acesso à atribuição de 14 ECTS.
Não deverá porventura a Cultura ser compreendida como o resultado do reconhecimento da nossa representação do mundo (a partir dos modos de actuação de uma sociedade viva) que justifica a aceitação de um passado, de um presente e de um futuro, legitimando-se num sistema de valores colectivamente assumido e que, ao mesmo tempo, confere ao mundo “natural” o estatuto que lhe foi atribuído por uma “ordem” específica? Essa ordem permitirá àqueles que estão culturalmente integrados manterem práticas de vida (dentro da lógica das suas instituições) que exprimem simbolicamente os valores estruturantes da identidade das comunidades, como um todo, e de cada um dos seus membros, como protagonista no drama social.
O “uso” do Mundo, nas suas permissões e proibições de actuação sobre o património natural, acaba por determinar, por um lado, o destino dos seres vivos e do seu habitat e, por outro, o sentido da evolução técnica e científica na qualidade de instrumentos de apropriação e transformação do meio ambiente no contexto dos sistemas económicos vigentes em cada sociedade.
Assim, estar fora da Cultura deverá interpretar-se como estar “fora do Mundo”. É que, com efeito, só nas situações de crise, aliás, é que as Culturas são submetidas à “prova da realidade”. No entanto, mais recentemente, a partir daquilo a que chamamos a “Modernidade” temos assistido a um outro fenómeno acelerado, sem dúvida, desestruturador das sociedades humanas, interferindo com a estruturação dos seus complexos sistemas de valores, com a implementação, assumida ou não, de lógicas “contra” e “anti” culturais, servindo estratégias económicas ou ideológicas e pretendendo “normalizar” certos tipos de “mercados” (do dos produtos industriais ao das ideias).
O conceito de sustentabilidade depende de um quádruplo ponto de vista que integra perspectivas ecológicas, culturais, sociais e económicas. Isso significa que é necessário ter em conta que qualquer juízo em nome de cada uma dessas perspectivas pouco vale quando considerado isoladamente ou quando não resultando da revisão de um modelo da sobrevivência humana neste planeta. O não comprometimento dos recursos naturais não é dissociável das acções possíveis de resistência a uma “cultura” do desperdício e da sobre-exploração do território.
De resto, a alienação dos recursos naturais de que as futuras gerações deveriam dispor depende daquilo que a Ciência considera como sendo “o futuro” e não do futuro que interessa às Economias dominantes. Porquê? Porque a Ciência não perspectiva “desejos” ou “vontades”: a Ciência apenas prevê resultados com a maior objectividade possível. Neste contexto, isto quer dizer que todas as actividades humanas estarão sempre implicadas em qualquer revisão sustentável do nosso actual modo de vida.
A Arquitectura, o Design e a Arte não são excepções. Até porque, a Arte nunca deixou de reflectir as contradições e os paradoxos da condição humana. Nesse sentido, a Arte nunca foi, nem jamais será, inocente. E é estranho que, no juízo da sustentabilidade, jamais tenha sido incluído o contributo dos artistas para a crise ambiental em que mergulhámos. Prende-se isto, do mesmo modo, com aquilo de que a Arte faz parte, a Cultura.
O raciocínio que esta formação se propõe fazer pretende suscitar a tomada de consciência da nossa contribuição para o estado de coisas a que nos conduziu desta mentalidade do compromisso despreocupado, adiando eternamente a assunção das responsabilidades que todos partilhamos e igualmente considerar opções projectuais legítimas e eficazes, nos aspectos fundamentais da nossa intervenção no ambiente, para haja, de facto, um futuro.
Em Projecto, nas suas várias escalas, é o próprio “conceito de sobrevivência”, aplicado a um tempo e a um espaço determinados, que se torna responsável pela exploração “racional” de quaisquer tecnologias — o que vai opor a construção dependente de sistemas tecnológicos industriais globalizados a uma outra construção, a que surge directamente ligada às contingências materiais e humanas de proximidade.
Na verdade, é preciso ter em conta as diferentes implicações económicas, sociais e políticas de uma Arquitectura e de um Design concretizados com a participação directa da “comunidade” sua beneficiária, por oposição ao Urbanismo decorrente de sistemas centralizados de planificação, por exemplo.
Neste sentido, é urgente estabelecer-se com clareza os princípios de uma responsabilidade ecológica que nos permita projectar um futuro possível. Isso implicará certamente a reconceptualização crítica da Arquitectura, do Design e, de um modo geral, do Projecto que partirá de uma revisão profunda das suas metodologias da concepção. Nesta mesma perspectiva, devemos também considerar que há toda uma economia (altamente poluente) associada às indústrias da Arte que se considera a si-própria acima de quaisquer (pre)juízos ecológicos.
É óbvio que a crítica dos processos de utilização dos recursos – energéticos, minerais, hídricos, etc. – e a introdução na biosfera de fontes de poluição ou de alteração dos equilíbrios ecológicos deverão tornar-se condições prévias de qualquer intervenção no território, independentemente da sua escala. Por tudo isto, é incontornável a consideração de modos alternativos de fixação no território, dos materiais e dos sistemas de construção, bem como dos próprios dos sistemas que, por intermédio do seu uso, se venham a estabelecer.
Aqui, “integração” deverá, por isso, considerar-se na sua acepção mais abrangente: a da garantia e eficácia da sustentabilidade das soluções aos problemas que os programas de Projecto, quaisquer que estes sejam, querem respondem. Aliás, por aqui também se estabelecem os limites e a co-existência desses programas como possibilidades de acção legítimas do homem sobre o próprio mundo.
Estudantes: de Belas-Artes, de Arquitectura, de Urbanismo de Design, de Engenharia e de Arquitectura Paisagista nacionais ou estrangeiros.
Profissionais liberais: artistas, arquitectos, urbanistas e designers, nacionais ou estrangeiros, interessados na preservação dos recursos do Planeta e da Cultura, de um modo geral, e/ou que pretendam desenvolver os seus conhecimentos nas temáticas associadas à sua prática de Projecto ou na investigação das áreas que estarão implicadas na actualização dessa prática perante os desafios da contemporaneidade.
Funcionários públicos: técnicos camarários municipais, regionais e da Administração Central (Arquitectura, Urbanismo, Planeamento Urbano e Gestão Urbanística) interessados no planeamento estratégico e na revisão e actualização das políticas públicas territoriais, nomeadamente, no que diz respeito ao cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Devem ser anexados ao formulário de candidatura os seguintes documentos:
- Carta de motivação;
- Curriculum Vitae – Profissional/Académico;
- Certificado de habilitações;
- Cópia do documento de identificação ou, em alternativa, o preenchimento de formulário de declaração de identificação pessoal.
Consulte o Plano de Estudos AQUI
Para esclarecer qualquer dúvida ou questão, poderá entrar em contacto connosco através do contacto telefónico disponibilizado pela Secretaria de Pós-Graduação ou através do endereço de correio eletrónico: candidaturas@fa.ulisboa.pt.
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