"Perante os desafios colocados pela COVID19, o URBinLAB considera fundamental contribuir com um conjunto de reflexões, na perspetiva de que o Território e as Cidades são, nestes tempos de incerteza e emergência em que vivemos, recursos e instrumentos poderosos de resposta, de adaptação e de inclusão, mas também de renascimento no pós-pandemia.
Ao invés de um retorno a uma vida exurbana, isolada, individualizada e anti-urbana, por regressão a um paradigma que já demonstrou estar esgotado e não ser sustentável, consideramos que a resposta está antes na capacidade de inovação. O desafio passa por encontrar soluções de compromisso entre a necessidade iminente de garantir um distanciamento físico entre pessoas e a oportunidade latente de aproveitar o momento para construir um território e cidades melhores, mais sustentáveis e com melhor qualidade de vida, hoje e para o futuro."
Nesta nova situação social, o URBinLAB enumerou os desafious, tensões e conflitos que a alteração dos estilos de vida imposta pela pandemia implicou na dinâmica das cidades. Face a estas problemáticas, os investigadores do grupo traçaram 10 medidas para a adaptação da cidade no período pós Covid-19:
• Aumento das áreas públicas exteriores de estadia, fruição e convívio, associadas a adaptações no sistema de mobilidade e de melhoria das condições ambientais.
• Revitalização do comércio de proximidade e reforço da componente exterior de espaços comerciais (ex. esplanadas, zonas de atendimento, zonas de espera exterior protegida), coordenada com lógicas de qualificação e vitalização do espaço público.
• Promoção de novas atividades comerciais, culturais e de fruição do espaço exterior (ex: instalações temporárias, móveis, adaptáveis), particularmente em lógicas de proximidade a áreas residenciais.
• Desenvolvimento de soluções arquitetónicas que promovam o contacto do espaço habitacional com o exterior (por ex. varandas generosas – individuais ou espaço coletivos em contexto habitacional).
• Estruturação e reforço de áreas de produção agroalimentar de proximidade e integradas nos espaços urbanos, incluindo a utilização temporária de espaços vacantes e expectantes.
• Promoção da biodiversidade no território urbano, em articulação com estratégias de reforço dos serviços de ecossistemas e de integração dos ciclos naturais no ambiente urbano.
• Alargamento de espaços de circulação pedonal, em articulação com a reorganização dos espaços de circulação e estacionamento automóvel e melhoria das condições de uso e recolha segura de bicicletas.
• Reforço do investimento em sistemas de mobilidade coletiva articulados com modos ativos e com uma rede ciclável inclusiva, alargada e integrada a nível urbano e metropolitano.
• Reforço e democratização do acesso a redes e infraestruturas digitais (free wi-fi em parques, jardins e espaços públicos), com atenção particular ao acesso por populações com carências económicas.
• Disponibilização e exploração de novas e mais formas de participação democrática e reforço da governança territorial, para envolvimento das pessoas nos processos de planeamento urbano e territorial e fortalecimento das formas de cooperação e de abordagem territorial integrada.
O documento completo pode ser consultado na ligação.